EDITORIAL: Galo de rinha
Porque na rinha da vida
Já me bastava o empate
Pois cheguei no arremate
Batido, sem bico e torto...
Pois só me resta o conforto
Como a ti, galo de rinha,
Que se alguém dobrar-me a espinha
Há de ser depois de morto!!!
Este poema me traz à memória a luta contínua que devemos estabelecer nesta vida
para fazermos valer os objetivos pelos quais lutamos e nos quais acreditamos.
Saímos de um congresso concluindo que o grande debate no campo das ideias deve
ser reestabelecido, que proposições não devem ser posições de grupos, disputas
pessoais. Entendemos que nosso Movimento foi construído em nossos congressos
com discussões em nível capaz de elevar nossas ideias a um crescimento coletivo
e individual. Que não devemos apelar pelas amizades para levarmos temas às
discussões, mas sim à sua importância.
Mas esta “Mudança“ é uma questão de tempo e conscientização. Acredito que
estamos no caminho desta retomada, afinal este Movimento deve ser um organismo
vivo e pensante com todos, por todos e para todos. As críticas sempre estão de
plantão quanto aos movimentos que estamos fazendo e o entendimento às vezes não
é o caminho desejado, pois nem sempre atende a outros interesses, escusos.
O importante é que devemos lutar conforme nossas convicções e nossos ideais,
acreditar que pode ser feita esta retomada, oportunizando de uma forma
horizontal e atingindo a todos. Aceitar o contraditório é nosso grande desafio
como seres humanos é um exercício que poucos são capazes de fazer. Mas, reitero,
acredito que estamos no caminho.
Um ponto muito positivo e gratificante foram os jovens assumirem novas
posições, administrarem, irem para o debate, aprenderem a exercer as
discussões, estabelecendo um novo momento de amadurecimento e crescimento,
oportunizando o surgimento de novas lideranças, não só aquelas que me seguem
mas também as que me criticam e fazem com que aprendamos juntos.
Ambas as posições devem ter as mesmas condições, pois desta forma ganhamos nós,
o coletivo, e o Movimento volta a ser revigorado e fortalecido. Saímos
com a reflexão de que podemos fazer diferente, que o entendimento está claro e
próximo e que podemos ser um agente transformador em nossa sociedade, um agente
agregador, como principal objetivo pelo qual fomos criados. Despertando
posicionamentos, soluções, mentes a pensar que tipo de movimento nós queremos:
só de disputas ou de fortalecimento de posições que nos levem à compreensão de
uma nova construção?
Estamos vivendo em um momento de grande superação, em que a união, o
entendimento, a harmonia e a humildade são ingredientes fundamentais para esta
caminhada. Não podemos nos afastar do entendimento, a sociedade pede e nós
podemos fazer.
Ao começar estas linhas com os versos do poema “Galo de rinha”, reforço que jamais
vou abandonar minhas convicções e estas sempre serão de uma construção
coletiva, para todos e nunca de poucos, e que jamais desistirei, por maior que
seja a força contrária.
Os ideais, os jovens e os sonhos coletivos são os principais norteadores de uma
sociedade mais justa e plural. “E se alguém me dobrar a espinha há de ser
depois de morto”.
Nairo Callegaro
Presidente do MTG
Fonte: MTG/RS
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